segunda-feira, setembro 11, 2006

Beleza

Original em 25 de março de 2006

Belo é aquilo que agracia os olhos. Alguns vêem beleza na natureza, na arte, na moda e nas mulheres – que é o que me importa daqui por diante. Ver beleza no rosto, no corpo, vai da vontade dos olhos do observador. Alguns vêem um par de olhos azuis como a pedra fundamental do belo, outros confiam mais na imponência de um par de fartos seios. Mas a beleza que eu vejo é outra, é vista pelo coração. Agracia a alma.

Calma, não é só um joguete de palavras a expressar tolos sentimentos. Peguemos a bunda como exemplo. A paixão nacional. Dizem que o brasileiro (e o Arnold Scharzenegger) adoram um “popozão” gigante, escondido numa mini-saia, símbolo da sexualidade barata e exacerbada, vendida ou comprada, da garota da Kaiser, da ereção, dos filmes pornôs. Uma bunda que só agrada os hormônios. Só que ela não é a única a existir; há aquele bumbum que agrada ao coração. Não importa o tamanho, importa a forma e a graciosidade, o angélico, o conjunto das linhas da coluna que – em divina perfeição – continua nos glúteos e acaba nas coxas; muitas vezes completado por uma graciosa calcinha de renda dando seu “oi” de forma pura e singela – não igual ao dos super-marombados sem camisa que mostram com gosto suas roupas de baixo –, com o jeito de meninice, o “sem querer” da sensualidade inocente.

Seios siliconados (em decotes exagerados) só trazem excitação. O que acalenta, o coração, é aquele seio que cumpre o significado físico e sentimental, um seio onde possamos nos aconchegar, sentir o ribombar do coração e o calor do carinho e, também, sentir a forma arredondada e voluptuosa, que encerra a sensualidade feminina e o milagre da criação de prole, do amamentar o filho que veio do ventre.

No rosto não precisamos de olhos de cores diversas, nem de cabelos pré-fabricados de por horas num salão, muito menos de maquiagem sobrando. Precisamos de um rosto limpo. Limpo e meigo. Rosto que nos dê confiança, que nos transmita a pureza d’alma da dona. Não deve ser um rosto excitante, esbanjador de sexualidade e perversão, deve ser tenro, macio, gracioso. Deve agradar ao coração.

Só não sei se tudo isso é a visão de um homem sobre a mulher perfeita, ou um homem cego pelo amor, pela sua mulher perfeita.

Texto de minha autoria

Nenhum comentário: